2006/11/01

notas da CONVERSA SOBRE A QUALIDADE DAS ÁGUAS


No dia 7 de Outubro, pelas 15 horas, no Auditório da E.B. 2,3 de Miranda do Corvo, o Núcleo do BE de Miranda do Corvo, prosseguindo o seu ciclo de conversas em bloco, promoveu uma conversa sobre a Qualidade das Águas.

Na mesa estiveram Sérgio Seco, vereador da CMMC, Alda Macedo, deputada do Bloco de Esquerda e Maria de Lurdes Cravo, representante da Quercus. Também foi convidado João Damasceno da empresa Águas do Mondego de Coimbra, não tendo comparecido.

A conversa foi moderada por Sofia Rodrigues do BE de Miranda do Corvo. O núcleo do BE de MC pretendeu que a conversa fosse um espaço onde fosse reflectido sobre a qualidade das águas da rede concelhia, o funcionamento da rede multimunicipal de águas e o consumo deste bem essencial.

Segundo Maria de Lurdes Cravo, da Quercus, 1/6 da população global não tem acesso a água potável. A falta de água/ qualidade da água é um dos factores da crise ambiental. A questão da qualidade da água não tem fronteiras. MLC alertou para as vulnerabilidades do sistema de água pública e para a necessidade das autarquias estarem atentas e cumprirem o seu papel. Referindo-se ao rio que atravessa MC, MLC chamou a atenção para a transformação que está a ser feita do rio em canal e para a necessidade de serem “colocadas” espécies depuradoras para deixarem o rio menos poluído e menos artificial.

Para a deputada do BE, Alda Macedo, a água não é um bem apropriável, é um bem público. A lei diz que este bem público pode ser gerido por privados. No entanto, a água deve ser tratada, captada sob uma óptica de serviço público. A autarquia tem de ser responsabilizada pela gestão deste recurso e não pode usá-lo como um produto com fins lucrativos.

AM questionou quais as garantias do acordo entre a CMMC e a empresa Águas do Mondego e qual a origem do investimento. AM colocou as perguntas: foi exigida rapidez e qualidade da obra? como vai ser feita a verificação da qualidade da água da rede depois da obra terminada?; que estratégias tem a autarquia para reduzir os consumos?
Segundo Alda M, o PEAASAR não respeita a justiça social, pois é um princípio que vai obrigar os pobres de Lisboa a pagar mais cara a água para os ricos de Bragança a receberem mais barata. Para AM, o parâmetro adequado seria o do “consumo per capita”. “Não temos que ter uma ETAR em cada quintal, deve haver um abastecimento de acordo com a lógica de proximidade.”

Sérgio Seco foi questionado sobre quem paga o investimento, tendo respondido que são os fundos comunitários, por isso a obra tem que avançar. Para além dos fundos existe a participação da Câmara e do governo. Sérgio Seco admitiu que as tarifas irão aumentar, no entanto, quando inquirido como estava a água do concelho, respondeu que a mesma está boa.

O núcleo do BE de MC, propôs que os escalões de m3 não fossem por fogo mas de acordo com o número de elementos da família. O mais justo seria escalões per capita. A pergunta importante é: quantas pessoas gastam o quê? Para terminar, o núcleo do BE de MC deixou bem claro que “nós queremos poder confiar na nossa água da torneira”.

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