2006/11/01

No (in)Cumprir É Que Está O Ganho

O pontão que liga Urzelhe a Lobazes caiu esta semana. Caiu um pontão e a notícia talvez ficasse perdida no meio da enxurrada de tantas outras notícias sobre as cheias que assolaram este país.

Talvez ficasse perdida, mas não ficou... Perdidas ficaram as populações de Porto Rio, Morada, Casais de S. Clemente, Urzelhe e Cerdeiras, que agora se vêem obrigadas a percorrer vários quilómetros para apanharem a automotora para Coimbra ou Lousã.

E perdidas ficam todas as pessoas que queiram atravessar o rio Dueça naquela zona. Resta-lhes a possibilidade de saltarem de manilha em manilha sujeitas a partirem uma perna, na melhor das hipóteses. Mas, e acima de tudo, perdida está a qualidade de vida apregoada nas Grandes Opções do Plano da Câmara Municipal de Miranda do Corvo para 2006.

A obra de rectificação da estrada entre Urzelhe e Lobazes, deveria estar concluída em Março. Mas não ficou... A empresa Redevias, que teve um prazo de 180 dias para a sua execução, não cumpriu.

Não cumpriu e nem sequer foi penalizada. Pelo contrário, à referida empresa até foi concedida a prorrogação do prazo, por parte do executivo mirandense. Não pode ser! Quem não cumpre, deve ser penalizado.

Já passaram outros tantos meses, a obra continua inacabada, a empresa Redevias não cumpre pelo que lhe pagam e o executivo mirandense entra no jogo do faz-de-conta. Mas o caso não se fica por aqui.

Outra empresa - Luciano & Filhos - que tem nas suas mãos a construção das piscinas de Semide, obra inscrita nas Grandes Opções do Plano para 2006, também não cumpre os prazos de tal empreendimento.

Será que no incumprir é que está o ganho? Talvez assim seja para as empresas que não o fazem nos prazos estipulados, pois além de arrecadarem milhares de contos, ainda recebem outras tantas obras para execução.

Chega de brincar ao jogo do faz-de-conta! Ou se cumpre a lei e aplicam-se coimas ou quem ganha é quem não cumpre e perde-se na melhoria da qualidade de vida das populações.
O Núcleo do Bloco de Esquerda de Miranda do Corvo, 27 de Outubro de 2006

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