2009/04/01

Desemprego penaliza Mulheres

No concelho de Miranda do Corvo o panorama laboral é preocupante, com o número de mulheres desempregadas sempre a aumentar, de ano para ano, sem que a edilidade mirandense tome as medidas necessárias para contrariar essa tendência.

Segundo dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional, em Fevereiro deste ano, existiam 223 mulheres inscritas no centro de emprego, enquanto homens eram 181. Quando se fala em igualdade de género logo se vê que isso não se aplica em Miranda do Corvo. Além disso, bem sabemos que muitas das vezes os números ficam abaixo da realidade.

Três importantes empresas faliram no concelho: Top Corvo, Cerâmicas Mirandense e Olart. Que soluções foram encontradas para as/os trabalhadoras/es? Por acaso, a Câmara empreendeu alguma solução para que essas pessoas não ficassem sem emprego? Depois do aparecimento nas televisões para eleitor ver e do assentar da poeira, que foi feito por essas mulheres que deram anos das suas vidas nas empresas onde trabalharam?

A própria Câmara, sempre que pôde, utilizou o trabalho precário de mulheres que sabiam que o seu contrato não iria ser renovado. Por outro lado, também tem certamente conhecimento dos míseros salários propostos a muitas das mulheres, por instituições do concelho, que não lhes permitem viver condignamente. E perante isto que faz a edilidade?

Que soluções para essas mulheres? Levam-se a passear e a ver peças de teatro? A parte lúdica é importante, mas quem sustenta os seus filhos, quem lhes dá a auto-estima perdida pela perda do seu emprego? A informação, o acompanhamento, a criação de condições para a implementação de novas empresas no concelho e a consequente criação de emprego, onde está?

Já para não falar nas/os jovens mirandenses. Segundo o IEFP, 338 pessoas procuram um novo trabalho, sendo que 66 são jovens à procura do primeiro emprego. A Presidente do executivo camarário tanto fala nas mulheres mirandenses e afinal o que tem feito por elas? Ser mulher não significa que se possa auto-intitular defensora das mulheres, uma vez que isso poderá servir para ter votos, mas não para implementar medidas que permitam um mínimo de qualidade de vida às munícipes.

O Núcleo do Bloco de Esquerda de Miranda do Corvo defende uma política transparente e consciente em relação às mulheres do concelho. Há todo um trabalho por fazer, anos e anos em que se tem ignorado os verdadeiros problemas das mulheres.

Este mês comemoram-se os 35 anos da Revolução dos Cravos. Quantas lutas foram travadas pelas mulheres ao longo destes anos para que houvesse liberdade, fraternidade e sobretudo igualdade? Que essa revolução permita que se lute por uma maior dignidade das mulheres no concelho. E essa dignidade começa com o emprego!

Miranda do Corvo, 31 de Março de 2009

Sem comentários: