2006/09/25

A QUALIDADE DA ÁGUA

Mudam-se as moscas, mas a(s) água(s) continua(m) na mesma!


A qualidade da água é muito importante. A água que sai das torneiras ou das fontes no concelho de Miranda do Corvo é de má qualidade. Esta questão das águas tem já feito correr muita tinta. Até este núcleo, com apenas um ano de existência, já escreveu e divulgou junto dos mirandenses um comunicado sobre esta questão. No entanto, o único líquido que corre de facto, é mesmo só a tinta.

O actual executivo municipal já atacava o anterior executivo por causa desta questão, uma vez que se arrastava e não se resolvia. Na altura, a celeuma à volta da água foi suficiente para ganhar alguns pontos junto dos munícipes/eleitores. Contudo, já no segundo mandato, o actual executivo, que antes apontava o dedo acusador, também não alterou a situação. Em Miranda do Corvo a câmara continua a vender um produto impróprio, com riscos para a saúde de todos de forma impune, usando palavras da actual presidente quando se concentrava em apontar falhas ao executivo socialista.

De acordo com análises feitas pela Delegação de Saúde concelhia, entre Junho e Agosto últimos, todos os pontos da rede pública analisados, revelaram água de má qualidade. A análise feita à água dos fontanários do concelho apresentou TRÊS fontes onde podemos ir matar a sede sem risco para a nossa saúde!

Mais grave do que a escassez de água potável é a inexistência de avisos que informem os munícipes desta situação. Quantos de nós não conhecemos pessoas que vão encher os seus garrafões ao Vale Salgueiro ou à fonte da Barroca no Carapinhal? Essas pessoas não têm lá nada que as informe que esse gesto constitui um perigo para a sua saúde, pois a água daquelas fontes é de má qualidade.

De acordo com a lei os resultados das análises da água da rede pública, habitualmente efectuadas pelas câmaras, poderão ser consultados nestas instituições e deverão ser afixados em editais, assim como nos centros de saúde, de modo a informar a população. É preciso informar acerca da qualidade da água, tal como já se faz noutros concelhos, em que na factura o munícipe é informado acerca da qualidade da água que consome.
É urgente criar as infra-estruturas necessárias à captação, tratamento, verificação e preservação da qualidade da água. Todos sabemos que as captações locais não são suficientes para satisfazer as necessidades do concelho e também sabemos que a rede de canos e condutas está degradada e já devia ter sido substituída. Obviamente que tal projecto implicará um grande investimento financeiro, mas será que para ter água de qualidade os mirandenses não merecem tal gasto? A não ser que caras estruturas em madeira sobre o rio numa zona mal iluminada da vila e alvo de constante vandalismo sejam mais prementes. Ou uma nova estátua na mais exígua rotunda da vila…

A solução para esta questão de nervos tem sido sempre a parceria com a empresa Águas do Mondego, mas tal como em todas as parcerias, a culpa tem sido sempre do parceiro. São eles que se têm atrasado no desenvolver dos projectos, são eles que não avançam apesar dos reiterados esforços e elevada pressão exercida sobre a empresa pela presidente da câmara. Mais uma vez, a única pressão existente neste domínio será certamente apenas essa da presidente, pois a água das nossas torneiras não tem pressão nem para ligar o esquentador à tardinha, negando-nos aquele banho merecido ao fim de um dia de trabalho.

Parece que agora é em Setembro que tudo vai avançar… Talvez seja, com um pequeno empurrão das primeiras chuvas de Outono. No entanto, não gostaríamos que esta questão se arrastasse ao sabor das estações do ano. Águas paradas são com certeza de má qualidade e gostaríamos de ver dedicado tempo e esforço para que a água volte a fluir com qualidade e transparência no nosso concelho.


O Núcleo do Bloco de Esquerda de Miranda do Corvo, 18 de Setembro de 2006

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