2005/10/04

A EDUCAÇÃO É UMA MIRAGEM... EM MIRANDA DO CORVO

Ao longo dos últimos meses, todas e todos as/os mirandenses têm sido confrontadas/os com diversos actos públicos, que procuram evidenciar a preocupação da autarquia com a educação. Feitas as contas, o que parece, não é!!!
Inaugurações? Lançamento de primeiras pedras? Actos de consignação? O que vêm a ser afinal os equipamentos escolares construídos ou em construção? Oportunidades para a fotografia? Obras de calendário eleitoral? Não arriscamos uma resposta. Uma constatação apenas: em Miranda do Corvo a educação é uma miragem em termos de planificação e estratégia.
A construção da nova escola EB 2, 3 + Secundário, nos moldes em que está a ser realizada, representa um total desprezo pelas crianças e jovens do concelho, que assistem em definitivo ao enterro da possibilidade de usufruírem de espaços de trabalho e de estudo de qualidade. Não basta pintar e colocar um elevador e/ou o aquecimento num edifício obsoleto para torná-lo capaz de responder aos desafios de uma educação de qualidade.
Significa também um total alheamento face às aspirações das famílias dessas crianças e jovens que assistem em definitivo à manutenção da situação de insegurança que representa a obrigatoriedade de sair do recinto escolar, para aceder ao pavilhão gimnodesportivo (pago na sua maior parte pelo Ministério da Educação) onde decorrem as aulas de educação física.
E constitui ainda um total esquecimento de todas e todos as/os alunas/os com problemas de mobilidade que vêem definitivamente dificultado o acesso à educação física, quando o mau tempo não arrisca colocar as cadeiras de rodas eléctricas, à mercê do temporal.
Até podem dizer que não é culpa sua, que é dos estrategos do Ministério da Educação, dos engenheiros, enfim dos outros…Não podemos porém esquecer que o executivo camarário foi parceiro da decisão, pactuou com a falta de soluções e não foi capaz de olhar para os seus munícipes e resolver os problemas. Aliás, transformou os problemas provisórios (as antigas instalações pré-fabricadas) em situações definitivas.
Quanto ao novo Jardim-de-infância, não há dúvida que é uma obra de mérito, há muito desejada pelas famílias mirandenses. O problema é que fica na outra ponta da vila, enterrando em definitivo a possibilidade da construção de um pólo escolar que pudesse integrar num mesmo espaço, equipamentos escolares que servissem as crianças desde o pré-escolar ao secundário, facilitando a vida das famílias e a montagem de um dispositivo de segurança que protegesse os estudantes.
No entanto e enquanto o pré-escolar tem edifício novo, o 1º Ciclo continua a funcionar em situação precária, em horário duplo, não oferecendo condições nem espaço para funcionarem actividades extra-curriculares fundamentais à formação de novos cidadãos. Será que está planeado um novo edifício para outra ponta da vila?
Mais uma vez, parece ter vencido o calendário eleitoral, a ânsia da obra (mal) feita para mirandense ver em vez de uma verdadeira política de desenvolvimento.


Núcleo do Bloco de Esquerda, 25 de Setembro de 2005

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